quarta-feira, 26 de agosto de 2009

O sebo da minha alma

Era como se me rissem
Um sorriso de facas
Ao humor de espinhos
De um cravo indesejado

Era como se me vissem
Um tanto louco e deslumbrado
Ao sabor de vinhos
De um homem de pecado

Era como se me ouvissem
Um tanto louco e tonto
Ao ranger dos moinhos
De um homem embriagado

Era como se me tocassem
Um excerto de requiem
Ao longo dos caminhos
De um vale inesperado

Era como se me cheirassem
Um temor inato
Ao qual cedo
Entre um
E outros tantos
O sebo da minha alma

Que lhes faça proveito, digo eu
Que a mim
Não fará falta


(Madeira, 21 de Agosto 2009)

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