sábado, 26 de setembro de 2009

As suas asas de cetim

Tantos momentos perdi
Nesta coisa estúpida, a frustração.
Fui tolo e egoísta, por assim dizer
Pois tanto chorei por inspiração.

Tanto chorei por esta coisa
Que apesar de escassa
Como a noite do sol
E um coração que bate sem sangue
De vez em quando me acena as suas asas de seda
Ou de raiom ou pano barato, tanto faz.

E ela acena-me!
Não porque chorei
Ou não chorei
Nem porque amei
Ou odiei
Mas porque existe e persiste
Quando quero ou não quero, tanto faz.

O sol não brilha porque quero
E a noite é escura quer durma ou não
Quer passeie por avenidas e praças
Iluminadas por olhos de gato
Assustados ou não
E olhos de gente
Alegres ou não.

Assim é a inspiração
Sombra invisível
Ou visível
De algo que existe
E persiste
E quer veja ou não
Sei que é real porque é sombra.

Mas de vez em quando sou feliz de vê-la
A acenar-me as suas asas de cetim
Ou de pano barato ou seja lá o que for,
Tanto faz.


(Križevci, 26 de Setembro 2009)

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