linhas de sangue
pelo asfalto do meio-dia
como que delineadas
pela mão invisível
da Morte
a estrada
transforma-se,
à hora de inferno,
numa tecla vermelha
parcialmente atravessada
por animais sem alma
e animais com alma
em breve secos no asfalto
nós temos o Céu o Paraíso
eles têm a estrada
nós temos os semáforos
eles têm a sorte
nós morremos
alguém nos acolhe
como se não tivéssemos morrido
mas somente adormecido
eles morrem e ficam lá
em breve secos no asfalto
vermelho à hora de inferno
é assim
na auto-estrada
perto da minha casa
onde nós
chegamos rápido
aos nossos destinos usuais
e eles
mais rápido ainda
ao destino imprevisto
o nosso conforto
é o inferno deles
eu sei que não há
nada de novo nesta história
mas não é todos os dias
que vejo o reflexo da Morte
nos olhos de um gato
dançando
a sua tarantela final
em asfalto vermelho.
(Zagreb 7 de Junho 2011)
terça-feira, 7 de junho de 2011
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